Para economizar nos pagamentos, Prefeitura resolveu criar o cargo de "auxiliar de educação" para atuar em creches municipais. Os servidores entoaram gritos de protesto em frente à Câmara dos Vereadores e receberam o apoio da população.
Felipe Assis - FESEMPRE
04/12/2013 • 16:15
Felipe Assis - FESEMPRE
04/12/2013 • 16:15
Acácio participou da manifestação na Câmara. |
A manifestação, promovida na terça-feira (3), foi pacífica e transcorreu sem incidentes. Mas os ânimos estiveram acirrados. Como a lei do Fundeb estabelece que, a depender do número de alunos, até três profissionais estejam encarregados das crianças, a Prefeitura deseja dispensar alguns professores (no município de Martinho Campos a maior parte do quadro é de contratados) e contratar auxiliares, que obviamente vão receber menos. Assim, para cada grupo mínimo de crianças, haveria um professor e dois auxiliares.
Acácio Maciel, diretor regional da FESEMPRE, acompanhou o ato público. "Tanto a população quanto os educadores concordam que o PL representa um grande retrocesso na educação infantil de Martinho Campos. Tive o prazer de ouvir um cidadão relevar a importância dos professores, dizendo que na creche as crianças não só se alimentam e tomam banho, mas também se alfabetizam".
Os professores foram até a Câmara e conseguiram adiar a decisão.
Para ele, o objetivo único é reduzir a folha de pagamento, desmerecendo os trabalhadores, que cumprem seu papel com dignidade. Enquanto um professor, pela lei do piso nacional, recebe em torno de R$ 1 mil, o auxiliar ganharia um salário mínimo. "Isso é um absurdo, estão trocando mão-de-obra qualificada por pessoas menos preparadas, vai haver queda na qualidade dos serviços prestados, prejudicando as crianças. Se pelo menos tivessem algum projeto para mostrar o que vai ser feito com o restante da verba do Fundeb", alfineta o dirigente sindical da FESEMPRE.
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Diretamente afetadas, crianças também estiveram na manifestação.
A mobilização surtiu efeito, já que, ao ganharem o apoio da população, os servidores conseguiram negociar a formação de uma comissão com membros do Sindicato Municipal (SINSEMAC) e da FESEMPRE para discutir o projeto de lei na próxima segunda (9). O PL, que a princípio seria votado já nesta terça-feira (3), vai à Câmara na terça-feira (9).
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