Servidores reuniram-se com vereadores na Câmara Municipal para expor os problemas enfrentados no dia-a-dia. Algumas funções chegam a receber menos que o salário mínimo
Felipe Assis - FESEMPRE
19/03/2013 • 15:32
19/03/2013 • 15:32
A situação inconstitucional foi delatada ao Legislativo pelo presidente do Sindicato dos Servidores (SINDSERV), Acácio Maciel. Segundo ele, alguns cargos técnicos, como os de enfermagem, estão nivelados ao salário mínimo, enquanto outros, de mesmo patamar, teriam vencimentos maiores.
"Não estamos visualizando esse critério, parece algo arbitrário. Vamos buscar a solução adequada", destaca ele, incisivo. Servidor há dez anos, Acácio fundou o SINDSERV há dois anos e meio, e com o auxílio da FESEMPRE, vem conseguindo progressos expressivos. Neste ano, ele articula reuniões entre a Câmara e cada função do quadro de servidores, para que as mudanças necessárias ocorram logo no primeiro ano de mandato dos vereadores.
Os agentes de saúde questionam a falta de insalubridade e o repasse de uma verba federal, proveniente do Ministério da Saúde. A servidora Linete Souza aponta que o incentivo é de R$950 para cada agente cadastrado nas equipes de saúde. "Mas só recebemos o incentivo com desconto de 8% e mais 3%, uma contrapartida do Executivo, além do salário mínimo".
Vigilância Sanitária e Enfermagem
Viviane Bonfim, fiscal da vigilância sanitária, cita situações que dificultam seu desempenho no trabalho: "Além da questão salarial, já levantada por diversos colegas aqui, existe um problema de sobrecarga. Nosso cargo está com muitas atribuições nas costas, em consequência da descentralização da vigilância sanitária do estado. Ele transfere suas obrigações para o município, o que aumentou de 100 para 500 o número de estabelecimentos para inspecionar".
Segundo o Sindicato, os recursos do Fundo Nacional da Saúde não são repassados à vigilância sanitária municipal. As taxas do alvará sanitário, aumentadas em 50%, também não estariam chegando ao setor. "A vigilância ainda perdeu o veículo que ficava à disposição para os inspetores, que está agora com fisioterapia", diz Acácio.
Quanto aos técnicos de enfermagem, a principal reivindicação, além de melhores salários, é uma ajuda de custo maior para acompanhar pacientes em viagens para Belo Horizonte e Sete Lagoas. Desde 2008, os profissionais contam com apenas R$ 45 para desempenhar tal papel. "É comum sairmos de Pompéu no início da noite e retornarmos só no dia seguinte, depois das 10 horas ou do meio dia. Isso sem nenhum adicional noturno", diz Sirlêi Correa, servidora nessa função. Os técnicos de enfermagem também reclamam da falta de uniformes e segurança no local de trabalho.
De pé, Acácio Maciel acompanha atento às discussões entre os servidores e vereadores.
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