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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Discurso de Posse de Brizola Neto


Abaixo reproduzo a transcrição do discurso que fiz do meu regresso hoje a Câmara. Já consegui o vídeo. Peço desde já desculpas pelos problemas de leitura causados pelos problemas de visão que ainda estou superando. Minha volta a esta Casa e a esta tribuna tem um único significado. Não é fruir de um mandato pessoal ou para dele tirar vantagens políticas e eleitorais. Volto para essa Casa não para simplesmente defender um governo do qual me orgulho, mas um projeto de país que meio século das lutas e do sacrifício de Vargas, ressurgiu com a força de suas raízes profundas, pelas mãos de Lula e agora de Dilma Rousseff. É e será um combate duro e sério demais para que nos confundamos e nos deixemos levar pelas mil intrigas e desavenças que os interesses econômicos – e a mídia que os servem – possam produzir entre nós. Meu partido, o PDT, o trabalhismo e todos aqueles que compreendem a história de lutas do povo brasileiro não vai ser levado ao caminho do erro. Somos portadores do fio de uma história que não vai se interromper por nenhuma vaidade, interesses menores e nem mesmo ou por incompreensões que possam eventualmente existir entre nós. Hoje, compreendo o que o velho Leonel Brizola dizia ao se referir ao processo social. É que somos parte de um movimento que é muito, muito, extremamente maior que nós, individualmente ou coletivamente possa ser. A força do povo, senhor Presidente, tem o poder de operar imensas transformações. Alguns anos atrás, quem acreditaria que o Brasil poderia ter mudado tanto? E mudamos! Pôs-se fim à farsa que era preciso fazer o bolo crescer para só então repartir. Falso. A crise mostrou que trabalho, salário, investimento público e mercado interno são as molas do desenvolvimento. Muitos não viram e muitos não quiseram ver que as novas regras do salário-mínimo, que garantem o reajuste pela variação do PIB, possuem este significado. É a garantia, por lei, de que o trabalhador – e sobretudo os mais humildes – vão receber nos seus salários, os frutos do desenvolvimento da economia brasileira. É legítimo, justo e compreensível que, quando essa regra nos faz parar para tomar fôlego para uma nova arrancada – como aquela que nos tirou da crise – os sindicatos e seus líderes desejassem mais. E, com bom diálogo, já se mostrou que os trabalhadores e o governo que tem com eles um compromisso indestrutível, podem e vão se entender. Isso é muito diferente da atitude dos oportunistas, que tentam fazer demagogia eleitoral e, depois, querem criar confusão e desgaste, justamente com o salário que eles, em décadas de poder, arrocharam, desgastaram e reduziram a níveis incompatíveis com a dignidade humana. Estes, creiam os brasileiros, só são generosos, mesmo, quando se trata de entregar nossas riquezas, como fizeram com a Vale e tentaram fazer com o pré-sal. Já se tornaram públicas as provas de que, se não tivéssemos vencido, sob a liderança de Lula e a condução firme de Dilma Rousseff, a rapina internacional, que não hesita sequer em verter sangue por petróleo, hoje estaria com suas garras cravadas nas jazidas do pré-sal. Os exemplos poderiam ser dezenas, mas mais importante do que qualquer deles é que o povo brasileiro percebeu, apesar de todas as manobras, que este é o seu governo. Como há quase 70 anos, quando Getúlio Vargas tingiu com seu próprio sangue a bandeira que durante décadas reuniria e protegeria os homens e mulheres mais humildes desse país, agora também o povo foi sábio e encontrou seus interesses verdadeiros, em meio às manipulações, aos jogos sujos e até às indignidades que se procurou fazer contra uma mulher que traz em sua trajetória a coragem, o amor ao Brasil e a seu povo marcado nas cicatrizes da ditadura. Logo eles, que trazem apenas o anátema dos traidores. Aceitar a sabedoria do povo brasileiro é o primeiro e necessário gesto de humildade para bem servi-lo. Os votos que me faltaram para chegar nessa tribuna há dois meses e não agora, certamente não faltaram por um erro da população. Os erros foram meus, e devo tirar deles as lições necessárias. Não para deixar de ser o que sou, mas sê-lo com mais energia e com mais decisão. Meu agradecimento à presidenta Dilma Rousseff e ao governador Sérgio Cabral, cujo entendimento político deu-me a honra de voltar a essa tribuna, é fazer dela um serviço ao povo brasileiro e ao povo do estado do Rio de Janeiro. Minha voz, enquanto puder ser ouvida, chamará o PDT e o trabalhismo para esta maravilhosa e irresistível corrente que hoje move o povo brasileiro. Uma corrente que não vai parar nunca, senão quando o Brasil e seu povo puderem tomar em suas mãos o destino de felicidade e a grandeza que esta Nação, inevitavelmente, tem traçado diante de si. Muito obrigado, Sr. Presidente.

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